1# Carta para os teus pais.
Querida mãe & querido pai:
Vocês às vezes são as pessoas mais chatas do Mundo. Nunca querem sair, ficam sempre em casa e as desculpas já se tornam repetitivas: está trânsito, está frio/calor, há muita gente em determinado sitio, temos de poupar dinheiro, enfim, um oceano profundo de desculpas. Se eu não fizer o meu choradinho, nunca saiamos a noite para ir comer um gelado ao Santini. Claro que depois de lá estarmos, até me agradecem por vos ter feito sair de casa. Mãe, tu por exemplo, tratas-me um bocado ainda como uma criança. Achas que ainda sou muito nova para coisas que, ''todas'' as raparigas da minha idade costumam fazer. Mas acho que com o que aconteceu recentemente tu começaste a abrir um bocado os olhos e viste que eu cresci. Sabes o que adoro? Quando vamos as compras e tu não aguentas mais estar no shopping por causa da batida das músicas das lojas, mas depois, no carro, quando eu meto na Cidade FM e está a dar a mesma música que estava a dar na loja, e aumento o som, tu até danças -.-
Quando o pai se irrita por qualquer coisinha e tu dás-lhe ''bailinho'' a dizer para ele se calar e ter calma, mas de um modo bastante cómico. Gosto também quando começamos a gozar com os tiques uma da outra e os do pai! E quando tu te enganas numa palavra e eu fico-te a gozar durante umas cinco horas depois.
Pai, quanto a ti, gosto do teu feitio. Tu tens conversas comigo que me fazem ter a sensação que tu, ao contrário da mãe, não me vês como a vossa menina pequenina. Sim, vou sempre sê-lo, mas tu vês que eu cresci, já não tenho 4 anos. Gosto bastante quando vamos a casa dos avós porque o avô já não sabe mudar o canal da televisão de novo e, pelo caminho, vamos a gozar. Ou quando eu conto algo, e tu te ris. Nunca me vou esquecer quando, em 2009, tu me viste a chorar no quarto e vieste saber o que se passava, desabafei contigo a medo, porque tratava-se de um namoro mal sucedido e tu entendeste, não me deste nenhum sermão e até tiveste uma conversa comigo acerca de traições, que ia ter muitas pela vida fora, quer de namorados, quer de amigos. Posso afirmar que tinhas razão. Tens sempre, porque o tempo é o melhor mestre. Alertas-me para erros que podem acontecer mas que são erros bastante maus, para eu não os cometer, e quanto aos outros, deixas-me tropeçar para eu aprender sozinha, como deve de ser. Foste tu que me puseste em cima de uma mota, quando a mãe achava que eu ainda era muito nova. Outra coisa que adoro: chegas dos treinos e em vez de um vulgar 'olá amor', dizes: 'olá amor, então, tás bem? :)' Enfim, posso-vos apenas agradecer por tudo, e dizer que vos amo muito ♥
a vossa filha
Catarina Abreu.
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