quinta-feira, 21 de junho de 2012

Este é o nosso Portugal!

Precisava mesmo de vir aqui falar, anda-se a passar muita coisa na minha vida que eu quero controlar e não consigo.

Coisas que deviam estar mais que enterradas no passado, mas que continuam bem vivas no meu presente, coisas que deviam estar enterradas mas continuam bem vivas na minha mente, à frente dos meus olhos e no meu corpo.

O meu centro de fisioterapia vai fechar amanhã, vou ter imensas saudades do meu fisioterapeuta. Ele é um chato, aleija-me, é mau, chama-me piegas, chama-me ''Catarina Vánessa'' (sim, com acento bem acentuado LOL), mas tudo isto para que eu me sinta bem e continue a construir uma certa confiança com ele. Muito mudou desde que entrei lá. Nos primeiros dias, tinha tanto medo quanto uma criança. Não o deixava tocar-me, ele queria apenas ver a minha cicatriz e nem isso eu deixava. Não sabia como me tratar, nem eu sabia como lhe chamar. ''Doutor''? ''Terapeuta''? Hoje, é Gomez. ''Gomez, dói-me a omoplata''. ''Gomez, não consigo fazer isto!'' e então recebo as tipicas respostas cómicas dele: ''eeeeeeeeee? que é que eu tenho a ver com isso?!''. Enfim, já estou mais que habituada.
Bem, continuando: como o centro vai fechar, eu tive de ir à procura de outro sitio para ficar. Até aqui tudo bem. O mau vem aí: eu já tinha um sitio, iria para a Quinta da Beloura, para um centro de fisioterapia. Mas, qual não é o meu espanto quando hoje, ao dar entrada na clinica do Monsanto, a senhora me diz que atingi o meu plafôn da Médis? Para quem não entende bem, eu tenho o seguro de saúde da Médis. E todos temos um determinado plafon para gastar em cuidados hospitalares. Mas com tudo o que já passei, atingi o limite. Então, a Médis não autoriza que eu utilize o seguro para pagar as sessões de fisio. Fiquei irritada, obviamente. Os meus pais ficaram um bocado alarmados, o meu pai ligou para o meu médico, a pedir uma sugestão sobre pedir ao hospital que se encarregasse disso, que autoriza-se a fisio lá no hospital onde fui operada, uma vez que eu estou assim por culpa deles, e ninguém quer ficar com encargos. O médico disse logo ''Sr.Abreu, muito sinceramente eu nem sei a quem ei de enviar a carta a pedir isso. O hospital não se vai encarregar de nada, eles nunca assumem a culpa, a culpa é sempre do doente que escolheu o hospital!''...
E realmente é verdade. Bem, lá fui eu à consulta de Fisiatria, falei com a fisiatra que me disse para ir fazer fisioterapia pela Caixa. Peço uma credencial, sou submetida a um exame por um ortopedista (talvez) e faço a fisioterapia na CUF, sem pagar tudo.
Desci para outro piso, fui à Fisioterapia da CUF, falei com a chefe da Fisio que ao ver a minha ficha clinica perguntou-me se já me tinham sugerido ser operada de novo.
Eu fiquei alarmada, claro! Já fui submetida a três operações, uma quarta? Era para lixar a minha vida! Perguntei o porquê dessa questão. Ela disse que, pelo que tava a ver na minha ficha, a bactéria que apanhei era das piores, destruiu-me de tal maneira o ombro que eu não tenho musculos e por isso, aquilo que sustem o peso do meu braço é o meu osso. Não me disse o que é que irião fazer na operação nem nada, mas calculo que, ou seja fazer algo que imite os musculos e me ajude a mover o braço, ou descolar-me a omoplata, para poder ter movimentos! Ela falou-me na operação porque disse que, por mais tempo que eu ande na fisio, tenho muito poucas probabilidades de recuperar por mim mesma. Esforço-me ao maximo, até ao limite, mas que assim irá demorar muito, muito tempo..

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