Faz hoje dois meses que partiste, sem qualquer aviso prévio, sem qualquer preparação, sem qualquer coisa. Sei que foi o melhor para ti, eu própria o disse várias vezes porque não te desejava ver mal, não te desejava ver no estado em que estavas nos últimos dias... Foi por isso que dia 22 de Agosto eu não te fui visitar mana. Porque estava cansada de ver uma pessoa que eu amava a sofrer, uma pessoa que eu sempre conheci com grande esforço, com muito mau-feitio mas com grande determinação, persistência. Foste uma lutadora, marcaste as pessoas mesmo depois dos problemas que arranjaste, problemas esses que hoje vemos que era tão pequenos em comparação com tudo o que se passou durante a tua ausência. Ausência essa que nunca é tão verdadeira quanto a palavra, não é tão literal, porque estás sempre presente, em todos os momentos, em cada circunstância. Estão-me a dar umas certas picadas no coração, porque as saudades já não cabem dentro deste e, por isso, escorrem-me pelos olhos à medida que vou teclando cada palavra, medida na minha cabeça porque tudo aquilo que tu merecias era amor. Porquê acabar como acabaste? Não merecias. O teu filho, o teu rebento, a tua luzinha está cada vez mais inteligente, mais crescido, mais homenzinho. Ontem, na festa do nosso sobrinho, a mãe começou a chorar por ti, porque o Bruno fez anos e nós fizemos-lhe um bolo surpresa: quando ele esperava que íamos cantar os parabéns ao Tomás, na realidade, a mana saiu do armazém da garagem com um bolo a dizer ''Parabéns Bruno'' e começamos todos a cantar os parabéns. Só faltaste lá tu, mas como já disse, estiveste presente. Como é possível que já se tenham passado dois meses? Parece que foi ontem que tudo aconteceu. Não imaginas, nem tu nem ninguém, como isso me marcou. O facto de ter adormecido às 3h da manhã, e as 4.30h o pai acordar-me a dizer que tu estavas-me a observar lá de cima. Entrar na banheira, lavar-me em 5m, vestir-me e estar ao pé de ti, já a ficar friazinha, ver a mãe inconsolável a chamar por ti, a suspirar de dores de tanto chorar, de dores da tua ausência carnal. Talvez seja por isso que hoje, sempre que entro na banheira para tomar banho, ou mesmo para dar banho ao teu filho, eu revivo todos os momentos na minha cabeça, sinto umas certas tonturas e preciso de parar e esperar que chegue ao pé de ti, para me começar a lavar...
Sinto saudades tuas, do teu riso, das nossas maluqueiras e daquelas coisas todas deficientes que só nós sabíamos fazer, sinto saudades dos almoços e jantares de família em que estavas presente, saudades de te deitares a meu lado na cama da mãe e ficarmos a disputar o canal que iriamos ver... sinto saudades de tudo, saudades nossas, saudades tuas, minha querida maninha.
2 meses :'c
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