Chega.

Pode ser que assim percebas: chega. Tudo o que é demais, enjoa. Eu já enjoei de ti, das tuas coisas, do teu feitio, das discussões, de tudo aquilo que vem contra mim. Se saí de uma relação em que estava sempre a discutir, de que me vale fazer amizades iguais? Se eu quiser discutir, sei a quem recorrer e a ti não é de certeza. Dizes que eu sei bem que é mais que amizade, mas sinceramente é apenas do teu lado! Além disso, se fosse amizade mesmo, nem sequer tínhamos estas discussões. Sinceramente já tentei de tudo para que percebesses: eu não quero nada contigo! E tu estás um bocad(ã)o obcecado com a ideia de que vais ter algo comigo, algo superior a uma simples amizade. Pois bem, nem a amizade funciona sequer e, já te disse várias vezes que aquela quarta-feira mudou tudo. Aquela quarta-feira só me mostrou que ainda penso no João, ainda gosto imenso dele (embora eu esteja a fazer os possíveis para o esquecer, porque... de que vale pisar o passado se já não tinha sentido?) e não estou preparada para uma relação. Além do mais, não era justo nem para mim nem para ti, tentarmos sequer ter algo fora de amizade apenas porque ter um no coração e outro na cabeça acabava por nos magoar aos dois. Além do mais, eu não sou dessas nem nunca serei.

Chamaste-me hipócrita mas temos noções diferentes da palavra. Para mim, aquilo que tu chamas hipócrita deve ser sinceridade, porque sempre que eu sou sincera ''em demasia'' ou, por outra, digo-te tudo sem rodeios e diretamente, como não te agrada, chamas-me hipócrita e dizes que ''hipócrita é uma pessoa que diz que sente coisas que na realidade não sente''. Eu por acaso disse-te algo que não sentisse? Até te disse demais já! Pressionaste muito, avisei-te que bastava um passo em falso para eu ficar com receio, não era culpa tua mas sim do passado, da última relação e do modo como as coisas correram, o facto de ele me ter traído vezes sem conta, eu ter passado pela morte da minha irmã sozinha, sem o minimo apoio dele e tudo mais. Pedi-te que respeitasses isso, que me desses espaço e tu respeitaste a primeira semana. A segunda já não eras tu, eras alguém que estava obcecado com o facto de querer ter algo comigo. Já me fartei ao ponto de te falar mal até tu me chamares de ''pessoa fria'' mas na realidade eu não sou fria, eu simplesmente tive e tenho de continuar a criar um espaço entre nós, uma certa distância, porque se eu dou confiança a mais, as coisas voltam a correr mal e sabes que, neste momento e durante os próximos tempos, a confiança nos rapazes não é o meu forte.

Que me falta falar? Ahhh, o facto de tu dizeres que te humilho. Isso só acontece todas as vezes que eu sou mais bruta a falar, digo as coisas, como referi acima, com sinceridade ''a mais''. Humilho-te porque as coisas não correm como tu gostarias. E simplesmente não aceitas que não passa disso, não passará de uma amizade! Pedi-te que primeiro construíssemos uma amizade sólida, forte. Mas, como já disseste, estás sempre a pensar 4 ou 5 passos à frente. Lamento mas eu não sou assim e, por isso mesmo já te disse, segue em frente. Não vou dizer quem és porque tu sabes quem és e que isto é dirigido para ti, e pode ser que agora (finalmente) percebas o quanto me estás a magoar ao ponto de me sentir sufocada, porque sempre que dizes que vais embora e não voltas, no dia seguinte estás de volta de novo.

No máximo dos máximos, podiamos ter uma simples amizade porque como a Raquel diz, sou um coração de manteiga e procuro amenizar as coisas. Aceitei por as coisas ao teu critério, ficar tudo nas tuas mãos, mas tu quiseste estragar tudo por um sentimento estúpido. Fica assim, não volto atrás com nenhuma palavra.

Agora diz que te humilhei e que sou hipócrita. Acabei de dizer tudo o que sinto.