sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A rua da casa da minha avó.

Na rua da casa da minha avó, existem 3 cafés e uma mercearia. É uma rua com prédios bastante antigos, para terem uma breve noção, os meus avós vivem lá há mais de 50 anos. E também já têm mais de 50 anos de casados. É algo antigo. Eu cresci naquela rua: as 6h da manhã já lá estava, sempre enrolada num cobertor, ao colo do meu pai. Era entregue ao meu avô, onde dormia até as 8h e ia para a creche. Naquela rua, toda a gente se conhece e, por isso, toda a gente comenta tudo. Eu, enquanto observadora nata, subo a rua e reparo em tudo: nos prédios da frente, vêm-se velhotas a conversas a janela, outras a espreitar pelos cortinados. No lado de cá, à porta de um dos cafés, estão quatro velhotes sentados. Rondam os 80 e tal anos. Acho piada, porque todos me conhecem e eu conheço poucos. Sou a neta do ''Sr.François''. Sigo a rua, rumo à mercearia, com o meu avô do meu lado. Em 100 metros, paramos umas três vezes, enquanto ele se mete com as senhoras e com os senhores. Aquela mercearia é a coisa mais simples possivel. Não há grandes aparatos, não há coisas ''pipis'' por causa da ASAE. É asseada, sim, claro. Toda a gente passa por aquela rua, mas ninguém sabe de metade do que lá se passa. Ninguém sabe dos segredos que ali se escondem pelas esquinas e pelos becos sem saída. Eu própria enterrei um por lá. E cruzo-me com ele, todos os dias ...

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