quarta-feira, 29 de junho de 2011

João,

Eu preciso que saibas o motivo por ter posto um fim. Como tu disseste, haverá sempre um nós, haverá sempre um passado presente. Mas eu não me sinto segura à dois meses. Eu sinto que o chão está-me sempre a escorregar debaixo dos meus pés, sinto que nunca estou verdadeiramente bem, estou desamparada e, a qualquer momento, vou cair. E caí mesmo. Caí na segunda-feira. Caí na terça-feira. Porque por mais que eu chorasse, tu não sentias que eu estava mesmo mal, que não conseguia confiar em ti, que via que me estavas a mentir na cara, me estavas a ocultar coisas e nem sequer tinhas um pouco de consideração por mim. Por isso tive de virar costas. Mas não aguento... Não aguento olhar para o ecrã do telemóvel na esperança de receber uma mensagem tua e ser em vão. Por mais curta que fosse, confortava-me sempre, saber que era tua, que estavas do outro lado da linha. E sempre que escrevo para ti, ouço sempre a mesma música. Porque? A música fala de um rapaz que deixou uma rapariga, enquanto esta lutava por ele (http://www.youtube.com/watch?v=8v_4O44sfjM). No final, ele quis voltar para ela, magoando-a ainda mais. Deixei de fazer-te textos anónimos, porque não vale a pena. Não tenho nada a esconder, é para ti mesmo João, é para ti que escrevo. Tenho tantas duvidas... Será que como eu, choras todas as noites agarrado às tuas pernas, encolhido? Será que às 3h da manhã de todos os dias estás acordado a olhar para as cartas que te fiz, como eu? Será que todos os dias, anseias por uma mensagem minha? Será que pensas em mim? Será que durante o tempo que namorámos, tu me amaste? Será que me traiste? São tantas as perguntas e tão poucas as respostas...

Eu tinha a certeza de que serias tu a levar-me ao meu primeiro ano de namoro. Nunca fui uma pessoa fácil, mas quando amo, amo mesmo e demonstrei-to várias vezes. Eu entreguei-me de "corpo e alma" a nós, a ti. E tu?

Eu tinha tudo pensado para o grande dia 27 de Outubro de 2011. Tinha tudo planeado na minha cabeçinha, tinha tudo escolhido pormenorizadamente para celebrarmos um ano. Um ano em que vivi os melhores momentos da minha vida, um ano em que amei verdadeiramente, incondicionalmente. Afinal, quando se ama, é incondicionalmente certo? Mas será que me amaste incondicionalmente? Porque nos últimos tempos, só me soubeste impor condições. Como te disse, não acredito muito que me amaste. Chamo mais ao que sentiste, prazer. Mas por outro lado, acredito. Porque foram 8 meses das nossas vidas. Foi um caderno cheio de mensagens. Foram cartas nos dias especiais. Foram momentos especiais. Foram beijos únicos em sitios únicos. Foram todos os dias 27 que passámos juntos. Segunda feira foi um deles. Mas gostava de não ter estado contigo. Sabes porque? Porque acabei por me magoar, no final do dia. Mas... o que é um dia comparado com dois meses? Nada. Eu tinha esperança que nós ficassemos bem, que tu lutasses mesmo por mim, que não me magoasses de propósito, que me amasses! Eu tinha esperanças e tu, não sei como, nem porquê, conseguiste acabar com elas. Eu tenho esperança (mas esta é daquelas que dura muito pouco) que tu consigas ver o que perdeste. Porque eu não sou apenas tua ex-namorada, sou aquilo que tu tinhas de melhor e perdeste. Eu tenho esperança que quando conseguires ver isso, me mandes um e-mail ou uma mensagem. Porque por mais curta que seja, sempre me conforta. Por isso, o motivo para ter posto um fim, para além de me teres magoado propositadamente, foi para tu puderes ter noção daquilo que perdeste. Porque nunca vais encontrar alguém como eu, alguém que ature metade das porcarias que aturei, alguém que faça metade do que fiz, começando em dia 27, acabando dia 28.

«Trying to forget someone you love is like trying to remember someone you never met»

Usa a cabeça, João.
Amo-te.

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