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Hoje fui visitar a minha avó ao Hospital de Cascais. Ela anteontem estava bem mal, como referi. Ontem já se revelou melhor em relação ao dia anterior, mas mesmo assim não estava a 50% sequer. Não se lembrava de mim nem da minha mãe. Quando chegámos, ela lembrou-se do meu pai por breves instantes, mas depressa se esqueceu. Mesmo quando partimos, reconheceu ambos menos a mim.
Hoje já reconheceu toda a gente, embora não soubesse onde estava. Teve momentos em que estava lúcida e outros em que não estava.
Dizia coisas como ''vem ai um batalhão de mais de 50 homens (...) e ele entrou pela janela, por isso fecharam para ninguém entrar'' e o meu pai: mas mãe, a mãe está no 6º andar! Como e que alguém entrava pela janela? e ela continuava '' Paula (minha mãe), aquela mulher estava a olhar para o teu marido, mas (...) vem ai e dá-lhe um pontapé, atira-a ao chão!'' e continuava a falar embora as constantes inssistências do meu pai em fazê-la calar-se, pois ela quanto mais falava, mais tossia. Mas em vão. ''Meu filho, ele vem ai para te bater! É melhor teres cuidado, vai-te esconder!'' e o meu pai brincava: isto deve ser um romance.. E eu ria-me.
É bastante mau ter Alzheimer.